As questões da cooperação para o desenvolvimento têm assumido uma especial relevância nos dias de hoje. As crescentes desigualdades entre países do norte versus países do sul e entre países do ocidente versus países do oriente, levam a que se questione até que ponto estamos bem encaminhados para atingirmos os Objetivos do Desenvolvimento do Milénio.
Nos dias de hoje assistimos à maior crise de refugiados desde a II Guerra Mundial. Estamos confrontados perante a urgência da ação humanitária, que pede uma resposta imediata de acolhimento, sem ignorar as intervenções com impacto a médio-longo prazo, como a estabilização política, económica e social das zonas de crise. A Associação, enquanto ONGD e em conformidade com a sua visão humanista e solidária não poderia ficar indiferente a este drama mundial.
Com base nestes pressupostos definimos como atividades prioritárias o apoio e o acolhimento de refugiados.
Ao nível do apoio aos refugiados é nosso propósito promover uma jornada de voluntariado na linha da frente. Sobre este aspeto estamos a tentar reunir as condições, nomeadamente as condições financeiras, para que possamos concretizar este intento. Contudo, nesta área, estamos em vias de concretizar o envio de roupa para a Grécia, resultado de uma campanha de recolha que desenvolvemos.
No que diz respeito ao acolhimento de refugiados, aderimos à Plataforma de Apoio aos Refugiados em Outubro de 2015, fazendo parte deste movimento da sociedade civil que espontaneamente nasceu para construir um conjunto de respostas a este drama mundial. A partir de Fevereiro de 2016 passamos, no âmbito da PAR, a ter igualmente o estatuto de instituição anfitriã, através da celebração de um protocolo onde nos comprometemos a acolher uma família de refugiados enviada para Portugal ao abrigo do programa de recolocação de refugiados da União Europeia. Assim, procedemos à instalação de uma casa móvel de tipologia T2, por forma a podermos realizar esse realojamento, o qual foi concretizado em janeiro de 2017. Trata-se de um casal (homem com 39 anos e mulher com 28 anos) com três filhos (3 anos, 1 ano e 4 meses), de nacionalidade Síria, que residiam na região de Alepo, uma das mais fustigadas pelo conflito Sírio.
A chegada desta família marca o início de um processo complexo, mas seguramente muito compensador a nível humanitário.
Neste sentido, é importante contarmos com o apoio institucional da comunidade em que estamos inseridos, para que este processo decorra com o sucesso que todos pretendemos.